Afinal, o quê é Indústria 4.0?

  • O que é a Indústria 4.0?
  • Quais impactos podem ocorrer?
  • Desafios de implementação
  • Mudança Profunda

 

O QUE É A INDÚSTRIA 4.0?

Indústria 4.0 é um conceito formulado na Alemanha em 2011, num projeto em parceria com empresas, universidades e o governo, buscando dar início a uma modernização na indústria local em busca de “fábricas inteligentes”, com base na conectividade da automação e da tecnologia de informação dos processos produtivos, tornando-os mais eficientes, autônomos e customizáveis.

Esses sistemas que combinam as máquinas aos processos digitais foram denominados sistemas ciberfísicos, que permitem às máquinas a capacidade de tomar decisões com base em big data e também de se tornar uma ferramenta mais colaborativa para o ser humano.

Considerando todos os recentes avanços tecnológicos, desde a nanotecnologia até as possibilidades da impressão 3D ou da realidade virtual, alguns estudiosos, dentre eles Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, afirmam que a indústria 4.0 seria parte de uma “Quarta revolução industrial”, uma revolução na qual estamos todos inseridos e com imenso poder de transformação na maneira em que vivemos.

Para perceber o tamanho do impacto e da velocidade que as coisas vêm acontecendo, basta olhar para as três revoluções anteriores e perceber que o tear mecanizado (grande marca da primeira revolução industrial), levou cerca de 120 anos para se espalhar fora da Europa.

Ou talvez perceber que a segunda revolução ainda precisa ser plenamente vivida por cerca de 17% da população, afinal 1,3 bilhão de pessoas ainda não têm acesso à eletricidade. Da mesma forma, após a terceira revolução, mais da metade da população mundial ainda não possuem acesso à computadores ou celulares. Entretanto, a internet se espalhou por todo o globo em menos de uma década.

“Há três razões pelas quais as transformações atuais não representam uma extensão da terceira revolução industrial, mas a chegada de uma diferente: a velocidade, o alcance e o impacto nos sistemas. A velocidade dos avanços atuais não tem precedentes na história e está interferindo quase todas as indústrias de todos os países” Klaus Schwab

 

QUAIS IMPACTOS PODEM OCORRER?

Mudanças decorrentes da digitalização têm o poder de beneficiar a qualidade de vida de toda a população, pois hoje é possível fazer quase tudo do próprio celular ou computador, o que inclusive tem um grande impacto na economia mundial, pois a possibilidade e a facilidade gerada pelas plataformas digitais deram oportunidade para que empresas surgissem, explorando este mercado e rapidamente se tornando mundialmente conhecidas, como por exemplo a Uber e o Airbnb.

O surgimento da plataforma digital também fez com que Steve Jobs, em 2008 liberasse a desenvolvedores externos a criação de aplicativos para o Iphone, o que na economia global de aplicativos, em meados de 2015, implicou numa movimentação anual de cerca de US$100 bilhões em receitas, superando por exemplo a indústria cinematográfica, existente há mais de um século.

DESAFIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

A modernização das indústrias e dos processos produtivos possuem impactos não só econômicos, mas também repercussões na esfera social, afinal hoje é possível criar uma unidade de renda com muito menos mão de obra que há 10 ou 15 anos, pois os custos marginais das empresas digitais tende a zero. Um bom exemplo disso é Detroit nos anos 90, um grande centro industrial dos Estados Unidos, possuindo na época uma capitalização de mercado combinada de US$36 bilhões e faturamento de US$250 bilhões, sendo gerados por 1,2 milhão de empregados.

Entretanto, em 2014 no Vale do Silício, a capitalização de mercado combinada girava em torno de US$1,09 trilhão, com aproximadamente as mesmas receitas de Detroit, porém com cerca de 10 vezes menos funcionários (137 mil). Portanto, existe uma preocupação por conta do desemprego e desigualdades que possam ser gerados por conta das mudanças.

O Fórum Econômico Mundial reconhece que existem riscos, afirmando que cabe aos governos, indústrias e sociedade lidar com eles da maneira mais correta e ética o possível. O impacto no mercado de trabalho é tamanho, que muitas profissões têm grandes probabilidades de substituição por sistemas autônomos, principalmente a de trabalhos mecânicos repetitivos e a de atendente de telemarketing.

Outro desafio iminente é a questão da segurança cibernética – explícito nas últimas semanas com os ataques, afinal quanto maior a dependência e quantidade de dados armazenados, muitas vezes pela facilidade da computação em nuvem, mais atrativos eles se tornam aos ataques de hackers, sendo esses muito custosos para as empresas. A CBR, centro de pesquisa britânico afirma que na Inglaterra são gastos cerca de 34 bilhões de euros por ano por conta destes, sendo que segundo a PWC, 50% das empresas britânicas sofrerão ataques cibernéticos ainda neste ano.

MUDANÇA PROFUNDA

Divulgado em setembro de 2015, o relatório “Mudança profunda – Pontos de Inflexão Tecnológicos e Impactos Sociais” reproduz o resultado de uma pesquisa com 800 executivos para avaliar quantos líderes empresariais acreditam que algumas tecnologias estejam presentes em grau significativo em nossas vidas até 2025. Alguns exemplos dos resultados das entrevistas:

  • Tecnologias Implantáveis: O primeiro telefone celular implantável e disponível comercialmente – 82% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Tecnologia Vestível: 10% das pessoas com roupas conectadas à internet – 91% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Armazenamento para todos: 90% das pessoas com armazenamento ilimitado e gratuito (financiado por propagandas publicitárias) –  91% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Internet das coisas e para as coisas: 1 trilhão de sensores conectados à internet – 89% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Cidades Inteligentes: A primeira cidade com mais de 50 mil pessoas e sem semáforos – 64% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Big data e suas decisões: Primeiro governo a substituir o censo por fontes de big data – 83% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.
  • Os governos e blockchain: Primeira arrecadação de impostos através de um blockchain – 73% dos entrevistados esperam que ocorra até 2025.

O texto acima foi escrito com base no livro de Klaus Schwab – A Quarta Revolução Industrial.

 

– Por Lucas Franz.

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